Geralmente, as pessoas acreditam que não existam fontes públicas abertas disponíveis para busca por informações genealógicas. Será que isso é verdade? Podemos dizer que apenas parcialmente. Primeiro deve-se perguntar não o tipo de fonte que se busca, mas qual o período histórico da busca.
Acaso seja relativo ao Brasil Império, tal assertiva não se aplica. Na maioria dos casos os jornais davam conta de informações que, inclusive, hoje nós acreditamos serem sigilosas e sob as quais não pode se dar publicidade portanto. Até ofícios administrativos eram publicados nos jornais de circulação, independentemente do conteúdo. Apesar de serem registros mais antigos eles se encontram disponíveis em museus, arquivos públicos e associações. Lógico, os que foram devidamente cuidados e preservados. Então se você acredita que cultura e acervos desta natureza são bobagem e gasta-se muito dinheiro com eles, veja bem, para além do interesse público de preservação da memória também está o acesso a informações de interesse privado, que poderá inclusive beneficiá-lo na busca pela concretização de direitos decorrentes de filiação.
Além dos jornais, existem também outras fontes open source sobre as quais falarei em outra oportunidade, como os documentos produzidos pelos registros paroquiais e também pelo Estado.
Todavia, uma pesquisa genealógica começa pelas fontes que estão mais próximas e "fáceis", traçando-se, assim, uma linha de raciocínio que leva a novas fontes e novas informações, sucessivamente, até ir, aos poucos, montando esse imenso quebra cabeças.
Assim sendo, a sua primeira fonte à mão certamente será o seu registro de nascimento. Mas o registro civil é algo instituído recentemente, já na virada para o Brasil República, portanto, na maioria das vezes, com pouco mais de 120 anos, salvo algumas exceções.
No seu registro, embora talvez você não saiba, constam informações relevantes sobre os seus ascendentes. Comece sua pesquisa a partir deste documento, pois nele constam 03 gerações:
1ª) Você
2ª) Seus pais
3ª) Avós Paternos e Avós Maternos
Da mesma forma, a partir de tais dados você saberá quem são seus avós, supostamente com o nome correto e completo sendo indicado. Mas, lembre-se, que quanto mais antigo o registro, mais confusas podem ser estas informações Isso ocorre porque não era necessário apresentar documentos para a realização do registro de nascimento e era comum a ocorrência de registro tardio. Quando isso ocorria era provável que os pais e avós já fossem falecidos e com os quais às vezes sequer houve qualquer contato na fase adulta para receber informações orais a respeito da ascendência. Terceiros também recebiam informações que dependiam da memória para se perpetuarem e ajudarem aqueles que realizavam os registros tardios.
Devemos lembrar, também, que os registros não eram gratuitos, independentemente da condição socioeconômica.
Dito isso, o segundo passo é buscar a certidão de nascimento dos seus avós e lá você terá também, provavelmente, 03 gerações:
1ª) Avô
2ª) Bisavós
3ª) Trisavós maternos e paternos
Então, você precisará buscar os registros de nascimento de seus 04 avós individualmente, ainda que sejam primos. Lembrando que, se considerarmos o vínculo biológico tradicionalmente conhecido (existem muitos outros tão legítimos quanto):
1) 01 indivíduo
2) 02 pais
3) 04 avós
4) 08 bisavós
5) 16 trisavós
6) 32 tetravós
7) 64 pentavós
8) 128 hexavós
...
Chegará um momento em que não haverá registro civil disponível e a segunda via destes registros é bastante "salgada", em torno de R$ 120,00 uma certidão de inteiro teor, mais a remessa, a busca e as averbações constantes no assento.
Para as situações em que já não existem registros civis, o caso do Brasil Império, por exemplo, iremos atrás de outras fontes. É sobre isso que falarei na próxima postagem.
Parabéns Fernanda Alcântara pela iniciativa de criação do blog, e também pela escolha do tema, uma vez que a fonte documental é o objeto de pesquisa de todo historiador ou genealogista, tão importante por conter informações preciosas que nos permitem ir cada vez além nas buscas, conferindo-lhe confiabilidade e credibilidade.
ResponderExcluirObrigada primo Joberto. Cada genealogista trabalha e contribui para o todo compartilhando as informações descobertas em rede. Não existe competição, mas sim colaboração permanente. É uma arte ainda pouco valorizada. Inspirei-me nas suas buscas, pois foi e é um mentor para mim.
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